Primeiro dia de Trabalho (Novo)

Era para ser um dia normal como qualquer outro, mas não poderia ser assim se tratando de Davy Kemp, tinha que ter algo mais interessante, algo que realmente valesse uma postagem no blog, e assim foi.

Chegando em casa ás 22:45hs do domingo, após ter curtido um mega fim de semana com muita festa, comida e diversão, lá vou eu pegar o maldito ônibus para estar pontualmente as 00:00hs no meu novo emprego, e não é uma casa de massagem.

Enfim, chegando na parada de ônibus ás 23:10hs, hora boa o suficiente para chegar com 20 minutos de antecedência no trabalho em dias comuns, mas não numa madrugada de segunda feira, me dou na infelicidade de dar de cara com o ônibus partindo, e me deixando as margens da espera.

Como se não bastasse saber que eu tinha tudo para chegar atrazado em meu primeiro dia de trabalho, eu tinha que ganhar a noite, ou melhor o início do dia, com a presença de uma cidadã extremamente feia, fumante, embriagada, que afirmou ser lésbica, mas que passou a noite toda me cantando.

Na tentativa de fugir dali, procurei tomar um taxi, mas para minha tristeza nenhum taxi naquele lugar aceitava cartão de crédito como forma de pagamento, e eu estava sem nenhum "puto" no bolso, visto que o fim de semana foi longo e oneroso, restando para mim a opção de ficar na companhia daquela garota, ou pedir carona a primeira pessoa que aparecesse ao risco de ser assediado sexualmente ou coisas do genero, e infelizmente a primeira opção foi minha escolha.

Conversa vai conversa vem, a garota me confessa que está indo a uma boate GLS, na verdade uma das mais "baixas" que existe na cidade do Recife encontrar uma garota que nunca viu, e a todo tempo fica na investida de saber mais de minha vida pessoal até que parte para a pergunta:

Ela: - Você é assim? (Gesticulando com a mão aquela velha "munheca quebrada")

Eu: - Assim como? (Louco para mandar ela enfiar o dedo onde o sol não bate)

Ela: - Você gosta de homem?

Eu: - Não. Só de mim. (Louco para dizer que se a segunda opção fosse ela eu até aceitaria a experiência)

Ela: - Ahhhh, tá, é que você está com essa calça apertadinha, fica até com um jeitinho...

Para encurtar a conversa falei que possuia um corpo volumoso e que era difícil encontrar calças que ficasse folgadas nas pernas sem parecerem um balão próximo a cintura, ao final de tudo apareceram vários ônibus, mas nenhum com o meu destino, e na oportunidade de ver ela virar a esquina atrás de isqueiro para acender outro cigarro lá fui eu tomar um ônibus que me levasse a qualquer lugar distante dali, mas a sorte mais uma vez não esteve do meu lado, ela conseguiu subir no coletivo a tempo, e vendo mais de 30 opções de cadeiras, escolheu sentar ao meu lado e estender o seu monólogo comigo: "Confissões de uma lésbica tarada", contando detalhes desnecessários de sua vida na época em que era heterossexual, e a viagem que durou pouco mais de 10 minutos pareceu uma eternidade.

Descendo do coletivo, há duzentos metros dali avistei o ônibus que me levaria bem perto de onde eu queria estar, no meu trabalho, longe de tudo aquilo que estava me deixando nervoso, então corri, o que normalmente seria o bastante para me deixar com a goela seca e a respiração alterada e ainda perder o ônibus, mas eu consegui tomá-lo, pois o mesmo que possuia todos os motivos para correr de 80 a 100 km por hora devido o horário, seguia  a velocidade inferior a 30 km o que deu tempo suficiente para que não só eu mais também a minha amiguinha pegasse-o comigo e continuasse nossa conversa matinal. 

A viagem só durou 12 minutos, mas foram os 12 minutos mais longos de toda a minha vida, que foi selado com um beijo no rosto enquanto ela se apresentava e perguntava meu nome, que eu menti, é claro, e a frase linda e estimulante: "A gente vai se reencontar"

(Continua)